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Os Produtores de Algodão do Noroeste Moçambicano – Desafios e Oportunidades

  • Foto do escritor: Fundação RESET
    Fundação RESET
  • 14 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 12 minutos


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O algodão continua a ser uma cultura de rendimento crucial para os pequenos agricultores em Moçambique, sobretudo na região noroeste. Apesar da sua importância económica, o sector enfrenta múltiplos desafios, incluindo baixa produtividade, assistência técnica limitada e a volatilidade dos preços internacionais do algodão. Este estudo tem como objetivo analisar as condições socioeconómicas dos produtores de algodão nas áreas de concessão, avaliar as limitações na produção e propor medidas para melhorar a sustentabilidade do sector.


Principais Conclusões

Um dos principais problemas que afetam a produção de algodão em Moçambique é a baixa produtividade, causada principalmente pelo atraso na semeadura, controlo insuficiente de pragas e pequenas dimensões das parcelas agrícolas. Os agricultores frequentemente dão prioridade a culturas alimentares, como o milho, em detrimento do algodão, limitando o investimento em melhores técnicas de cultivo. A queda nos preços internacionais do algodão tem ainda desmotivado os pequenos produtores, levando-os a optar por culturas alternativas, como o tabaco e o sésamo, que oferecem retornos financeiros imediatos mais elevados.


Outro desafio importante é a falta de apoio técnico e a ineficiência dos serviços de extensão agrícola. Embora as empresas de algodão forneçam insumos como sementes e inseticidas, a transmissão de recomendações agrícolas continua fraca. Os agricultores têm dificuldades em aplicar as melhores práticas, resultando em algodão de baixa qualidade e ineficiências na produção. Além disso, a perceção de injustiça na fixação de preços e na medição do peso nos pontos de compra tem minado a confiança no sistema, reduzindo a motivação dos agricultores para continuarem envolvidos na produção de algodão.

Apesar destas dificuldades, o algodão continua a ser uma fonte crítica de rendimento para os agregados familiares rurais, permitindo-lhes adquirir bens essenciais. A melhoria do sector exige intervenções direcionadas, como a intensificação da formação técnica, melhor acesso a insumos de alta qualidade e reformas políticas que apoiem os pequenos agricultores. O fortalecimento das organizações de produtores e a garantia de mecanismos de preços justos podem contribuir para uma maior resiliência e sustentabilidade a longo prazo na indústria do algodão.


Para revitalizar o sector do algodão em Moçambique, os intervenientes devem abordar os obstáculos à produtividade, melhorar as relações entre agricultores e empresas e introduzir políticas que garantam uma compensação justa aos pequenos produtores. Investimentos em investigação, melhores serviços de extensão agrícola e técnicas de cultivo alternativas adaptadas aos agricultores de pequena escala serão cruciais para sustentar a indústria. Sem estas medidas, Moçambique corre o risco de perder uma atividade económica chave que apoia milhares de famílias rurais.



Fontes Bibliográficas:





A Fundação RESET está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).O estudo está relacionado com vários ODS:


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Os ODS, também conhecidos como Objetivos Globais, foram adotados pelas Nações Unidas em 2015 como um apelo universal à ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que, até 2030, todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade.


 
 
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